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Newsletter nº3 - Outubro 2020

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Editorial
Editorial

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O que entendemos hoje por idade da velhice, com as particularidades e peculiaridades que a caracterizam, deverá ser percecionada  e entendida considerando fatores influenciadores como: cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais, atendendo ao posicionamento cultural de cada individuo e a sua condição particular em que o individuo está inserido.

 

Pensando, então, no contexto social na determinação da velhice dada a relação sociedade versus individuo, poderemos deduzir que o atual contexto social em estado de confinamento e de constrangimentos nas inter-relações pessoais e com o exterior, nomeadamente, visitas, eventos, espetáculos e animação cultural está a produzir um efeito negativo nos indivíduos e no processo de envelhecimento que indubitavelmente lhes retira a felicidade.

 

Na ACS tem havido um esforço titânico de preservação da segurança e da saúde dos residentes, utentes e dos funcionários. Até hoje temos tido sucesso nessa tarefa, no entanto, a situação pandémica atual facilita “um avanço da idade” com contínuas perdas e de dependência dos nossos idosos, gerando para os próprios e familiares uma imagem negativa associada à velhice e totalmente oposta ao desenvolvimento do processo de envelhecimento ativo e intergeracional.

 

Contra esta situação estamos também a lutar, mas, com o foco principal na vida.

 

Estamos a trabalhar com profissionalismo e humanidade, agora, e a cada dia os nossos funcionários, residentes, utentes e familiares são mais família. Estamos mais unidos nesta luta contra um inimigo falso, sorrateiro e que não queremos que entre nas nossas vidas!

 

A Vida também é Felicidade.

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Luís Figueiredo

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O envelhecimento social em tempos pandémicos
O envelhecimento social em tempos pandémicos
 

Todos os estudos e investigações sobre o envelhecimento têm focado mais os aspetos biológicos e psicológicos inerentes ao processo de envelhecimento, no entanto foi devido às questões do envelhecimento demográfico que a abordagem social começou a ter maior relevância na compreensão do envelhecimento como problema social.

 

Assim, o envelhecimento social associa-se “(…) às transformações a nível dos papéis sociais, exigindo capacidade de ajustamento ou adaptação às novas condições de vida.” (Figueiredo, 2007:53), como por exemplo a perda da profissão, a perda da credibilidade enquanto pessoa. Para Osório (2007:15) o envelhecimento social pode ser encarado “(…) como um acontecimento de alteração de atitudes e de mentalidades, resultante das relações que se estabelecem entre os grupos etários e as suas condições de vida.”

 

No decurso do processo de envelhecimento, as redes sociais alteram-se com os contextos familiares, de trabalho e da vizinhança. Como por exemplo, “Acontecimentos como a reforma ou a mudança de residência alteram profundamente esta rede.” (Paúl, 2005:37).

Analisando à luz da história a realidade portuguesa em termos sociopolíticos, presenciamos a distanciação das pessoas perante o Estado. Isto pode ser comprovado se considerarmos os valores das reformas da atual população idosa portuguesa e os respetivos percursos contributivos, ou seja, os valores das reformas são insuficientes, em grande parte dos casos, para garantir as necessidades básicas e assegurar uma subsistência digna. Em suma, os rendimentos deste grupo social advêm de reduzidas reformas estabelecidas em grande parte pelas baixas qualificações destes idosos na vida ativa.

 

A conjuntura sociopolítica que existiu até ao 25 de Abril, destituiu a população portuguesa da capacidade de expressão e de livre acesso ao ensino, impedindo, assim, a mobilidade profissional e social dos atuais idosos que “(…) saem do mercado de trabalho, na condição de aposentados, vencidos pelo cansaço, marcados pelas frustrações e impregnados pelos sentimentos de impotência.” (Boutique & Santos, 2002:90). É como se a ausência do trabalho assinale uma perda de utilidade social, sentida pelo próprio e confirmada pela sociedade que prescinde destas pessoas, independentemente do seu aspeto ou capacidade para o trabalho, instituindo assim a sua entrada “oficial” na velhice. Não percebendo assim que o trabalho pode ser a atividade mais importante das suas vidas, “(…) seja porque é daí que lhes vem o dinheiro, seja pelo prazer que daí retiram, seja por encontrarem aí as principais fontes de convivência social, seja por uma mistura de todas essas razões.” (Fonseca, 2005:46).

 

Nesta linha de pensamento a reforma contribui para o isolamento social, a inatividade e a depressão, uma vez que a saída do mercado de trabalho, independentemente da sua escolha, gera na pessoa um sensação de falta de importância, utilidade e autoestima, sobretudo numa sociedade onde “(…) o trabalho se tornou uma fonte primordial de identidade, valorização social e participação económica, enquanto fatores essenciais de integração social (…)”. (Osório, 2007:17). Mas a vivência da passagem à reforma “(…) é muito variável de um individuo para outro.” (Fontaine, 2000:25), isto é, cada pessoa é uma realidade, sendo que a idade da reforma tem repercussões diferentes em cada um, o que quer dizer que, se por um lado existem idosos que após a reforma acabam por deixar-se cair na inatividade e no desinteresse, por outro lado a realidade mostra-nos que também existem idosos que continuam a ter uma vida social ativa.

 

Como nos diz Fonseca (2005:46-47) a passagem à reforma é “(…) um acontecimento de vida que supõe um processo de transição-adaptação, envolvendo mudanças em variadíssimos aspetos da vida e cujo sucesso adaptativo implica sucessivas reorganizações do estilo de vida, tendo em vista manter ou até melhorar o bem-estar psicológico e social.”

 

Esta inatividade que poderia ser direcionada para a dedicação do tempo a atividades de desporto, de lazer, de criatividade faz igualmente parte do projeto de existência que se pode ter para esta fase da vida, favorecendo novos espaços de participação e de socialização na vida social, política, cultural e económica (Ferrari, 2002:98).

 

O envelhecimento tornou-se uma questão social, sinónimo de incómodo para quem tem que lidar permanentemente com as características que cada idoso possui. Para a sociedade, o idoso é um indivíduo não ativo, ou seja, não produz e é rotulado como peso para o Estado já que este terá que disponibilizar verbas e condições adequadas a alguém que se tornou improdutivo. É esse «status» de improdutivo que provoca muitas vezes sentimentos de inutilidade e de rejeição e leva a situações de isolamento pelo que, a médio e a longo prazo, o envelhecimento é um dos aspetos a ter em conta nas definições das políticas sociais. A exclusão começa a nível familiar e quando esta não existe, o idoso não tem muitos lugares condignos para o seu acolhimento, uma vez que a sociedade desenvolveu estilos de vida que não o contempla.

 

Nesta perspetiva de um entendimento mais preciso sobre a realidade do envelhecimento e sobre a forma como cada pessoa o encara, acresce a vivência pandémica que atualmente passamos e que empurrou os mais idosos para a exclusão, o isolamento e para as carências afetivas e de relação. O mundo convive e vive, adaptando-se a esta nova forma de estar e de encarar o futuro com medos e ansiedades do que poderá acontecer. As faixas etárias mais jovens conseguem ter discernimento e força para perspetivarem o futuro, o que não é possível para a população envelhecida que teve de ser resiliente e aceitar a sua própria solidão para enfrentar este tão temido inimigo invisível.

 

Os idosos são prisioneiros da sua própria idade

 

Jocelina Santos

Patricia Alves

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Saúde Mental
Saúde Mental - O papel da psiquiatria no Idoso

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Nos últimos anos o envelhecimento da população tem-se refletido na modificação da população de doentes psiquiátricos. Os doentes com mais de 65 anos passaram a constituir um grupo muito relevante pela dimensão, tipo de cuidados e abordagem diagnóstica e terapêuticas diferenciadas. Estes fatores condicionaram o surgimento de uma área de atuação específica, a psiquiatria geriátrica ou gerontopsiquiatria; fundamental na prática psiquiátrica contemporânea.

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A atividade clínica desenvolvida neste âmbito engloba a avaliação de doentes já com antecedentes de patologia mental na idade adulta, carecendo de seguimento e tratamento com psicofármacos de forma crónica; e também um novo grupo de doentes, que não apresentando patologia prévia, desenvolvem alterações inaugurais do estado mental numa fase tardia da vida. Estas alterações podem estar relacionadas com outras patologias, nomeadamente doenças degenerativas como a demência de alzheimer ou outras doenças neurológicas, ou ocorrer de forma reativa a circunstâncias de vida, nomeadamente o luto, isolamento ou dificuldade de aceitação dos deficits que ocorrem com a idade. Neste segundo grupo de doentes a depressão, ansiedade e insónia são os sintomas mais frequentes, constituindo a perturbação depressiva major a perturbação psiquiátrica mais frequente no doente idoso. De salientar que para todas estas perturbações existe a possibilidade de tratamento com consequente melhoria da qualidade de vida, tanto do doente como dos cuidadores. No caso dos doentes com diagnostico de demência a intervenção psiquiátrica pretende não só ajudar no processo de deterioração cognitiva como tratar sintomas comportamentais relacionados, como a agitação psicomotora ou a existência de delírios e alucinações.

 

A avaliação em consulta de psiquiatria, assim como o tratamento com psicofármacos é crucial nestas situações, sendo muito importante abandonar o estigma associado aos efeitos da medicação psiquiátrica. Por outro lado, é fundamental para o psiquiatra a articulação com outros profissionais – médicos de outras especialidades e profissionais não médicos, nomeadamente enfermeiros, psicólogos e técnicos de ação social com vista a esclarecimento das necessidades específicas de cada doente, elaboração de plano terapêutico e esclarecimento dos familiares.

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Dra. Ana Ramos

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COVID19: Como gerir o corpo e a mente!

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Perante o cenário de pandemia COVID-19 que vivemos, são inúmeras as instruções e normas que temos que executar. A necessidade de cumprir medidas de proteção, o facto de estarmos em isolamento social, o desconhecimento que temos sobre o vírus e acima de tudo sobre o futuro, é expectável que nos sintamos ansiosos, com medo, preocupados, tensos e sem controlo na situação. A ansiedade é uma experiência emocional em função da previsão de situações futuras ou em presença de circunstâncias consideradas como desagradáveis para o indivíduo.

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COVID19: Como gerir o corpo e a mente!

As alterações sofridas pela sociedade são inúmeras e nem todas as pessoas têm conseguido lidar com estas mudanças. O isolamento e/ou distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde, embora seja a melhor estratégia de prevenção da contaminação da doença, trouxe também este fator - ansiedade. Assim, a pandemia veio gerar medo, angústia e preocupação, e consequentemente alterações na saúde mental das pessoas. Nesse sentido, é necessário considerar todas as ações contempladas na assistência e no atendimento, como um modelo acolhedor à pessoa em sofrimento mental (Silva et al., 2017). Segundo o DSM-5 ansiedade é um Transtorno Mental, isto é, uma doença. Está associada ao medo em extremo, momentos de ansiedade excessivos, e perturbações comportamentais. O [...] “Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura” [...]. O medo pode estar relacionado a uma experiência traumática que o indivíduo tenha vivenciado ou tenha sido relatada a ele, esse medo pode ser real ou irreal (American Psychiatric Association, 2014). A ansiedade encontra-se na maioria das vezes associadas a tensão muscular, preocupação relacionado ao perigo futuro e comportamentos de alerta ou esquiva.

 

Controlar a ansiedade atualmente tem sido uma tarefa difícil. No que aos sintomas diz respeito podemos identificar o seguinte: Sintomas físicos da ansiedade: respiração ofegante e falta de ar, palpitações e dores no peito, fala acelerada, sensação de tremor e vontade de roer as unhas, agitação de pernas e braços, tensão muscular, tontura e sensação de desmaio, enjoo e vômitos, irritabilidade, enxaquecas, boca seca e hipersensibilidade de paladar, insónia; Sintomas psicológicos da ansiedade: preocupação excessiva, dificuldade de concentração, nervosismo, medo constante, sensação de que pode-se perder o controle ou que algo ruim vai acontecer, desequilíbrio dos pensamentos entre outros (Ameriacan Psychiatric Association, 2014; Cury, 2013). 

 

Uma das estratégias mais utilizadas para lidar com os sintomas psicológicos da ansiedade é a técnica da Psicoterapia Cognitivo Comportamental “A.C.A.L.M.E.-S.E.” Esta é uma técnica que dá dicas práticas sobre como agir em um estado de ansiedade. Para lidar com a sua ansiedade pode utilizar a estratégia A.C.A.L.M.E.-S.E., de oito passos (Rangé & Borba, 2008):

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1. Aceite a sua ansiedade

Aceite as suas sensações e emoções. Mesmo que lhe pareça absurdo no momento, aceite as sensações do seu corpo assim como aceitaria em sua casa uma visita inesperada ou desconhecido ou uma dor incómoda. Substitua o seu medo, raiva e rejeição por aceitação. Não lute contra as sensações. Ao resistir estará a prolongar e intensificar o seu desconforto.

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2. Contemple as coisas em sua volta.

Não fique observando tudo e cada coisa que sente. Deixe acontecer com o seu corpo o que ele quiser que aconteça, sem julgamento: nem bom nem mau. Olhe em volta, observando cada detalhe da situação em que está. Descreva-os minuciosamente para si, como meio de se afastar da sua observação interna. Lembre-se: você não é sua ansiedade. Quanto mais puder separar-se de sua experiência interna e ligar-se nos acontecimentos externos, melhor se sentirá. Esteja com ansiedade, mas não seja a ansiedade, seja apenas observador. 

 

3. Agir com a ansiedade

Agir como se não estivesse ansioso(a), isto é, funcione com as suas sensações de ansiedade. Diminua o ritmo, a velocidade com que você faz as suas coisas, mas mantenha-se ativo(a)! Não desespere, interrompendo tudo para fugir. Se fugir, a sua ansiedade vai diminuir mas o seu medo vai aumentar: e na próxima vez a sua ansiedade vai ser pior. Se permanecer onde está - e continuar a fazer as suas coisas bem devagar - tanto a sua ansiedade quanto o seu medo vão diminuir.

 

4. Liberte o ar de seus pulmões

Respire bem devagar, calmamente, inspirando pouco ar pelo nariz e expirando longa e suavemente pela boca. Conte até três, devagarinho, na inspiração, outra vez até três, prendendo um pouco a respiração e até seis, na expiração. Faça o ar ir para o abdômen, espandindo ao inspirar e deixando-o encolher-se ao expirar. Não encha os pulmões. Ao expirar, não sopre: apenas deixe o ar sair lentamente pela sua boca. Procure descobrir o ritmo ideal de sua respiração, neste estilo e nesse ritmo, descobrirá como fica confortável.

 

5. Mantenha os passos anteriores.

Mantenha os passos anteriores.

Repita cada um passo a passo. Continue a: (1) aceitar sua ansiedade; (2) contemplar; (3) agir com ela e (4) respirar calma e suavemente até que ela diminua e atinja um nível confortável.

 

6. Examine seus pensamentos

Examine os seus pensamentos. Talvez esteja a antecipar coisas catastróficas. Examine o que está a dizer para si mesmo(a) e reflita racionalmente para ver se o que pensa é verdade ou não: tem provas de que o seu pensamento é verdadeiro? Há outras maneiras de entender o que lhe está acontecer? Lembre-se: está apenas ansioso(a): isto pode ser desagradável, mas não é perigoso. O que está a pensar é que está em perigo, mas não está, não tem factos concretos sobre isso.

 

7. Sorria e valorize-se!

Acredite e reconheça a sua capacidade. Sorria e supere cada etapa com um reforço positivo. Não é uma vitória, pois não havia um inimigo, apenas um visitante de hábitos estranhos que passou a compreendê-lo e aceitá-lo melhor. Agora saberá como lidar com visitantes estranhos.

 

8. Espere o futuro com aceitação.

Livre-se do pensamento mágico de que terá libertado definitivamente de a sua ansiedade, para sempre. Ela é necessária para viver e continuar vivo(a). Em vez de se considerar livre dela, surpreenda-se pelo jeito como  a consegue gerir. Esperando a ocorrência de ansiedade no futuro, você estará em uma boa posição para lidar com ela.

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Neste contexto atual questiona-se qual a eficácia das intervenções mais físicas na redução dos níveis de ansiedade?  Portanto, os resultados de várias pesquisas auxiliarão os profissionais de saúde na escolha de um método mais adequado, propiciando assim, o desenvolvimento do melhor tratamento, proporcionando positivos desfechos clínicos nas pessoas.

 

Diversos estudos mostram a eficácia da intervenção a partir de terapia comportamental para redução de stress, ansiedade, dor e melhoria na qualidade de movimento. Também podemos utilizar a técnica de terapia comportamental, mas associada a outras técnicas terapêuticas como aumento da capacidade aeróbia, fortalecimento muscular, alongamento muscular/ flexibilidade e hidroterapia, proporcionando melhorias em relação à dor, distúrbios psicológicos, funcionalidade, sono e qualidade de vida (Matsutani et al., 2012). A terapia comportamental pode ser utilizada ainda, juntamente com exercícios físicos e técnicas de mobilização articular da coluna cervical, proporcionando eficácia quanto à melhoria da dor, fadiga muscular, depressão e consequentemente à qualidade de vida (Cristiane et al., 2017).

 

Um outro estudo, mostra que a terapia através da massagem pode auxiliar o trabalho do terapeuta, na eliminação ou amenização de diversos estados mentais, como: a depressão, ansiedade, angústia e a insônia. Os benefícios gerais da massagem são: melhorar a perceção e sensibilidade de seu corpo, ampliar a consciência corporal e o cuidado oferecido durante a sessão de massagem ganhar confiança e sensação de acolhimento e bem-estar, que consequentemente abrandam o estado de ansiedade do indivíduo (Seubert, et al., 2008)

 

Nos últimos quatro anos, o número de pesquisas relacionadas à eficácia de intervenções terapêuticas sobre a ansiedade, cresceram. Estudos apontam que a promoção de técnicas para relaxamento muscular progressivo, ajuda a evitar espasmos musculares e no controle da tensão auxiliando na diminuição da dor e baixando a ansiedade colaborando assim para a qualidade de sono e distração (Rodrigues et al., 2017).

 

Outra estratégia muito utilizada para controlar os sintomas físicos da ansiedade é o Relaxamento progressivo de Jacobson, que permite focar toda a atenção numa série de exercícios musculares com os quais, pouco a pouco, as tensões e, acima de tudo, essas ideias disruptivas que nos provocam mal-estar e vulnerabilidade são aliviadas. Para utilizar este método, a primeira coisa a fazer é encontrar uma posição confortável, tirar os sapatos e usar uma roupa cômoda. Esticar os seus braços sobre os joelhos e começar esta simples sequência de relaxamento. (Borges, E. et al, 2013)

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1. Mãos

Feche as suas mãos com tanta força quanta conseguir até sentir a tensão. Mantenha esta posição durante 10 segundos, e pouco a pouco, solte um a um os seus dedos sentindo o relaxamento.

 

2. Ombros

É muito simples. O que faremos neste caso é encolher os ombros suavemente para cima, em direção às orelhas. Sinta a tensão por alguns instantes, mantenha esta posição durante 5 segundos e depois solte e sinta o descanso…. Repita 5 vezes.

 

3. Pescoço

A seguir, leve o queixo em direção ao peito por alguns segundos, depois relaxe.

 

4. Boca

Agora, abra a boca e estique a língua o máximo possível durante 10 segundos. Depois relaxe. Depois, em vez de tirar a língua para fora, leve a contra o céu da boca, sinta a tensão e relaxe.

 

5. Respiração

Continue o exercício de relaxamento com um simples exercício de respiração: inspire durante 5 segundos, retenha o ar durante 6 segundos, e solte-o durante 7 segundos. Muito fácil.

 

6. Costas

Com os ombros apoiados no encosto da cadeira, incline um pouco o corpo para a frente de modo que as costas fiquem curvadas; mantenha esta posição durante 10 segundos e depois relaxe.

 

7. Pés

Terminamos a nossa sequência focando a atenção nos pés. Estique os dedos como se quisesse ficar na ponta dos pés. Perceba a tensão durante 10 segundos para depois soltar e perceber o relaxamento.

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REFERÊNCIAS:

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American Psychiatric Association. (2014). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM5. Tradução Maria Inês Correa Nascimento et al. 5. ed. Porto Alegre: Artmed.

 

Borges, E., & Ferreira, T. (2013). Relaxamento: Estratégia de intervenção no stress. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental (10), 37-42.

 

Brasileiro, Convenção Brasil/ Latino-América, XIII, VIII, II, 2008. Anais. Curitiba: Centro Reichiano, 2008. CD-ROM. [ISBN – 978-85-87691-13-2].

 

Cristiane PM, et al. Efeito do exercício físico em condições osteomioarticulares: revisão de literatura. Fisioterapia em Movimento, 2017; 22(4): 575-584.

 

Guimarães AMV, et al.  Transtornos de ansiedade:  um estudo de prevalência sobre as fobias específicas e a importância da ajuda psicológica. Caderno de Graduação -Ciências Biológicas e da Saúde –UNIT –ALAGOAS, 2015; 3(1): 115 –128.

 

Matsutani LA, et al.  Exercícios de alongamento muscular e aeróbico no tratamento da fibromialgia:  estudo piloto. Fisioterapia em Movimento, 2012; 25(2): 411-418.

 

Rodrigues GF, et al. A  relação  entre  fibromialgia  e  depressão.  Trabalho de Conclusão de Curso -Faculdade Sant’ana, 2017; 18p.

 

Seubert, Fabiano; Veronese; Liane. A massagem terapêutica auxiliando na prevenção e tratamento das doenças físicas e psicológicas. In: Encontro Paranense, Congresso.

 

Silva, M. S., Machado, P. A. T., Nascimento, R. S., Oliveira, T. S., Silva, T. F., Batista, E. C., & SILVA, M. (2017). A enfermagem no campo da saúde mental: uma breve discussão teórica. Revista Amazônia Science & Health, 2(2), 40-46.

 

Rangé, B. P., & Borba, A. (2008). Vencendo o pânico: Terapia integrativa para quem sofre e para quem trata o transtorno de pânico e a agorafobia. Rio de Janeiro: Editora Cognitiva.

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Psicóloga Daniela Semanas e Fisioterapeuta Filipa Gordo

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Atividades Zoom
Atividades Zoom
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Atualmente as condições de trabalho e acima de tudo, o teletrabalho, apresentam características diferentes da "normalidade" mas semelhantes entre si. Os vídeos online, não anulam a importância da relação criada entre as pessoas e a necessidade deste hábito.

 

Simplesmente este meio de comunicação veio compensar a distância que esta a ser provocada por esta fase pandémica, e só reforça que o recurso à tecnologia está a ser um bem precioso. Durante as sessões online são colocadas questões relacionadas com o tema que está a ser abordado, deste modo consegue-se perceber se o método é o mais adequado.

A comunicação online tem aspectos positivos e negativos: como aspeto positivo podemos apontar o facto de se manter o contacto visual e auditivo entre as pessoas, respeitando assim a regra do distanciamento, e como aspeto negativo a quebra da interação social.

 

Esta realidade é, agora, ampliada a empresas em todo o mundo, pela primeira vez, as plataformas de vídeo-conferência tornaram-se ferramentas essenciais no dia-a-dia.

 

Entre tantas outras opções, o zoom foi a que nós escolhemos para conseguir fazer atividades interativas/ multimédia com os nossos residentes.

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O objetivo da iniciativa das atividades em zoom na ACS era colmatar o isolamento e a solidão, manter o envelhecimento ativo e saudável, mantendo as rotinas diárias da associação.  

 

Em equipa conseguimos definir estratégias para implementar várias atividades, mantendo “hábitos”, respeitando sempre as normas de segurança.

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As tecnologias e em particular a aplicação Zoom ajudaram a conseguir manter o contato indireto com os residentes e continuar a realizar atividades diárias na associação.

 

Em termos de planeamento os objetivos e o método foi diferente e teve que ser adaptado á nova realidade. Mas, apesar de recearmos alguma rejeição por parte dos participantes, o objetivo foi cumprido e surpreendentemente a adesão foi muita.

Enquanto preparava e selecionava as atividades ponderei várias vezes se os residentes adeririam, pois é uma novidade, o modo como apresentava as atividades. 

 

Deste modo as várias atividades realizadas, com esta nova maneira de trabalhar, foram um sucesso e fazem agora parte dos nossos instrumentos de trabalho (atividades, reuniões, consultas, entrevistas...). Este é a prova que o ser humano tem uma imensa capacidade de adaptação, se a necessidade surge só temos que unir forças e enfrentar a guerra.

 

"A mudança é um processo gerado pela necessidade de adaptação"

 (Laercio Legon)

 

 

Pedro Inácio

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Aniversário da ERPI da ACS
Aniversário da ERPI da ACS

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A nossa vida mudou.

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Mudou e será para sempre diferente.

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Esta pandemia chegou sem avisar e tarda em ir embora.

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Veio baralhar tudo e todos, veio desorganizar as nossas vidas e alterar todas as rotinas… mas a vida não pára! E a nossa casa é vida, é amor, é movimento e também não pode parar. E é nesta e desta vida, da qual somos feitos, que precisamos sempre, e ainda mais nesta fase de desesperança, de celebrar. Celebrar o amor, o cuidado, a superação, celebrar a VIDA!

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Por tudo isto, e porque é nos momentos mais difíceis que temos de respirar fundo e recarregar boas energias, decidimos que a celebração do 15º Aniversário da resposta social Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) da Associação Casapiana de Solidariedade, não podia passar em branco.

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Assim, "metemos mãos à obra" e preparámos um momento de alegria. Mantivemos o distanciamento físico, as medidas de segurança e acrescentamos surpresas, muitos sorrisos, afetos emocionais e algumas lágrimas. Foi com estes ingredientes que celebrámos!

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Uma casa onde transformamos vidas, prestamos cuidados e distribuímos amor! Muitos Parabéns ACS ♥

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"Foi uma festa simples, mas muito bonita." (Luís Figueiredo - Presidente Associação Casapiana de Solidariedade)

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"Não tenho palavras... Obrigada!" (Jocelina Santos - Diretora Geral/Técnica Associação Casapiana de Solidariedade)

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